A principal mudança que o 5G trará é a mobilidade. Com novos níveis de capacidade, taxas máximas de dados muito mais altas e baixa latência, a internet poderá ser aproveitada em sua melhor performance para casos em que a fibra não é acessível. Essas mudanças permitem uma melhoria dos serviços de banda larga, o que gera potencial para um novo valor dos serviços sem fio, principalmente, devido aos novos business cases.

Os principais países com 5G incluem China, Coreia do Sul, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos.

Enquanto na Coreia do Sul, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, cada operadora construiu sua infraestrutura 5G, na China, as três maiores operadoras (China Mobile, China Unicom e China Telecom) se uniram e criaram uma infraestrutura compartilhada, lançando seus serviços 5G apenas 5 meses após a obtenção das licenças de operação.

O Brasil ainda “engatinha” na adoção da tecnologia, mas esperamos obter as vantagens do 5G em breve!

A questão é: como monetizar em cima da tão alardeada tecnologia?

De maneira geral, as Operadoras de Telecom estão monetizando as redes 5G oferecendo planos de telefonia premium e novos serviços de valor agregado.

Ou seja, é mais do mesmo. Cada onda de tecnologia (2G, 3G, 4G e demais) usou a mesma metodologia.

De acordo com a PwC, os planos de telefonia premium podem oferecer receita potencial limitada, já que os consumidores não estão dispostos a ver um aumento em suas contas. Portanto, a monetização do 5G dependerá do velho jargão de “serviços de valor agregado” exclusivos do 5G.

Até aí, não vemos diferença do que foi a onda do 4G.

A diferença está nos “business cases” que a tecnologia 5G promete entregar, e é aí que as Operadoras podem se diferenciar.

Monetizando 5G por meio de planos de telefonia premium:

A forma mais óbvia pela qual as Operadoras de Telecomunicações estão monetizando a tecnologia 5G é vender planos de telefonia 5G por um valor adicional aos planos 4G LTE.

Os planos da operadora AT&T (linha única) com ligações, texto e dados ilimitados variam de US$ 35 a US$ 50 por mês. Os planos Unlimited Extra e Unlimited Elite (de US$ 50 e US$ 40 por mês, respectivamente) têm acesso 5G disponível por US$ 10 extras ao mês.

Os planos telefônicos ilimitados da operadora Verizon (linha única) variam de US$ 70 a US$ 90 por mês. O plano Start Unlimited (US$ 70 por mês), requer um adicional de US$ 10 por mês para o acesso 5G. Os outros três planos concedem o mesmo acesso com a compra de um telefone compatível com 5G.

A operadora Sprint possui dois planos de telefonia compatíveis com 5G, também ilimitados. O plano Unlimited Plus, por US$ 70 por mês (linha única), pode acessar 5G. O plano Unlimited Premium, de US$ 80 por mês (linha única), é descrito pela Sprint como sua melhor experiência 5G.

Saindo dos EUA, os preços da operadora South Korea Telecom para seus planos 5GX variam de cerca de US$ 46 a cerca de US$ 105 por mês. A quantidade de dados disponíveis nos planos varia de 8 GB a 150 GB, até um plano ilimitado.

Já na China, a história é muito diferente. As três empresas de telecomunicações que oferecem 5G estão oferecendo o serviço a partir de cerca de US$ 18 por mês. As três operadoras de telecomunicações colaboraram na construção da infraestrutura 5G da China e atualmente compartilham essa infraestrutura. 

Vemos, portanto, que o único “apelo” comercial é adicionar um valor extra ao plano atual para poder utilizar o 5G. Mais do mesmo!

Monetizando 5G por meio de serviços especializados:

Outra forma das operadoras monetizarem o 5G é introduzindo serviços especializados em suas redes. Esses serviços podem incluir, mas não se limitar a:

• Banda larga de alta velocidade: Um importante business case 5G é a capacidade de oferecer acesso de banda larga sem fio fixa, de alta velocidade, para residências e empresas como uma forma econômica de expandir a cobertura e a capacidade, especialmente em locais onde a fibra tradicional não está disponível.
• IoT industrial: A fábrica inteligente será caracterizada por um novo tipo de conectividade, ligando máquinas automatizadas, robôs industriais e software – tudo com o objetivo de obter uma capacidade de produção muito mais dinâmica. A infraestrutura com fio existente do mundo industrial será substituída pela flexibilidade da conectividade sem fio, permitindo a interconexão de máquinas por meio de sensores sem fio.
• Assistência médica conectada: quando se trata de saúde, alta confiabilidade/disponibilidade e baixa latência nos sistemas de comunicação são essenciais, e é aí que a saúde se torna um forte business case 5G. Cenários que requerem comunicação de baixa latência ultra confiável também serão um grande fator, já que casos de uso como cirurgia remota sem fio com feedback instantâneo, robótica, telemetria de dispositivos vestíveis e transmissão de imagens HD ocupam o centro do palco no futuro médico 5G.
• Veículos Automatizados: a perspectiva automotiva do 5G envolve um alto nível de conectividade, com sensores em rede dentro e fora do carro, monitorando tudo. Maior segurança, conscientização e acesso de passageiros à Internet farão parte do carro conectado 5G, que oferecerá uma série de business cases. As organizações que criam padrões 5G (como a União Internacional de Telecomunicações que criou o IMT-2020) definiram os requisitos de rede para garantir que os veículos sejam capazes de se conectar com os arredores, outros motoristas e infraestrutura.
• Edge computing: As redes 5G oferecem um salto revolucionário em termos de velocidade, largura de banda e desempenho para aplicativos móveis. Com essa infraestrutura instalada, os business cases de IoT e Edge Computing estão preparados para conduzir mudanças transformadoras em uma vasta gama de organizações e funções. Combinar a velocidade da tecnologia in-memory com redes 5G abre oportunidades significativas e sem precedentes.

Conclui-se, portanto, que a grande chance de as operadoras de telecomunicações monetizarem suas redes 5G está na oferta de serviços especializados que entreguem novas formas de fazer negócios para seus clientes.

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